A quem se ama
De longe vista com um
semblante impenetrável.
Dourada como o
contorno de fogo num eclipse.
Que nos leva ao leve
vento com faísca inflamável,
Queimando-me como um papel
frágil e relapso.
Com uma voz terna e
forte um olhar cativante.
Às vezes solitário
como um AS do baralho.
Um sorriso vasto
mostrando uma alegria radiante.
Com belos cabelos
esvoaçantes, castanhos e cacheados!
Esguia com um corpo
escultural, traçado digno de aplausos!
Do tipo sensual
espalhando beleza como se de Narcíseo nascesse.
Formando sempre um
espelho d’água em folhas secas que se quebrassem,
Vendo outras indagar
o reflexo de uma linda mulher em cada caco!
Quando triste chora e
a cada lágrima escorre a fragrância doce, meio amargo.
Em uma tempestade
derrete como um bilhete de papel, aquele que não se queima...
Escorrendo pela
enxurrada levando embora toda essa dor que a perturba e a desnuda.
E no dia seguinte
brilhar no nascente, e se por no fim do dia e assim sucessivamente...
PC Lima