sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Sol




Obrigado por me deixar entrar,
pela sua janela todo dia quando começa,
Os primeiros raiar de intenso amarelo,
Estampado no além-mar de nuvens,
Com fundo azul, que escurecerá quando eu me virá,
 Para abraçar o outro lado do mundo e iluminar,
A bela Lua, assistindo aquele bailar de energias tão hipnotizante!
A seduzir como a danças das águas, que com o braço do vento,
Leva o cantos das sereias aos ouvidos viajantes,
Procurando o único objetivo, pelo qual motivo, tão longe fora buscar...
Ter um breve momento de balbuciar em tons leves,
 Aquela harmônia cintilante e breve para marcar,
 Por anos ou mais séculos...
Pc Lima

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Nada mais que sofrer



Num lamento venho arrastado,
Catando sobras e restos no caminho.
E nada mais me comove, nem me alimenta
Vejo-me raquítico, suprimido, inválido...

Desordem nos pilares da base tentando ruir.
Desata-se vários nós um pânico súbito!
Medo que treme como um terremoto.
E nem um ombro como apoio, vendo-me sozinho...

Quem estar aí? Como chegou até aqui? De onde vem?
Ilusões num espelho d’água que com um simples sopro somem.
Tão firme como as torres gêmeas na areia do deserto, e um sopro...
Sinto o vento cortando-me como navalha, rasgando a carne...

Pingos caem como um chuvisco, tímido e ralo, são aquelas lágrimas...
Daquela carne cortada, que foram cauterizadas, que ao sanificar marcou,
Como ferros em brasa na pele da alma, tornam-se uma ferida eterna.
E com ela carregam tudo o que de bom há, sobrando apenas o lamentar.

PC Lima

Nada a nadar




Temo imensamente por suas escolhas.
Fico sempre perdido nas vírgulas.
Nunca acho ponto em canto algum.
Tenho medo de mim por não aceitar...

Não entendo essa força que te puxa.
Você não se liberta está presa no nada.
Com uma âncora imaginária, um grilhão.
A chave é plasmática, quase um fantasma.

Lá em baixo é escuro com um ar pesado.
Tudo turvo como tempestade de areia.
Que nenhum rio de lágrima passará por lá
Não terá fartura o futuro é um incerto presente  

Palavras, palavras e mais nada, nada peixe, nada
No partir senti uma falta, onde estou eu pra mim?
Aquário sem água o peixe não nada e ainda faltar ar
Peixe sem aquário não é de nada e de nada vai adiantar    

Momentos




A noite cai, como uma pluma levemente gelada.
TV no quarto, tédio em casa, migalhas de pipoca.
Absolutamente nada é capaz de mudar o cenário.
Todos os dias procuro sem achar, se é que esteve aqui.

Na parede um retrato, imagem da esquizofrenia.
Por dentro uma espécie de vida desconhecida.
Sinto um arrepio caloroso deretendo geleiras.
E pedaços de minh ’ alma caindo feito cacos.

Inundando a ilha da solidão sou levado pelo fluido.
Regando aquele pedaço torto de terreno farto.
Sementes brotando pra todo lado, ainda estou sozinho.
O tão esperado nada cresce, derrepente tudo vira monotonia.
 
E no auge da agonia, gotas molham a face lentamente,
O que era chuvisco virou tempestade, que caia e caia...
O que restava, era deixar o tempo passar a passos de criança.
Somos breves e eternos, e momentos marcam, dos dois jeitos. 
Pc Lima

Meninas dos olhos




No fio de luz que dentro da minha cabeça ilumina.
Trás a realidade, e fascinam os olhos, e engana...
Ruas largas cheias de nada que pudessem ser minhas.
Vontade louca e desesperada, que estúpido querer.

Em tudo que havia, tinha mais de todos os dias,
Tanto que transbordavam e escorria em todas as vias.
Era tanta energia que chocava e ardia, de gota em gota caia,
E no fim talvez secassem, mas não secou a fonte jorra, esvaia-se.

E o medo que tudo não fizesse sentido, com que objetivo?
Por que não podia ser felicidade somente, atalho para o nada?
Sinto um arrepio daqueles que me traz insegurança, matando-me por dentro,
E nada mais esta bom, o mar secou, a terra parou, não se ouve mais Tum-tum...

E vejo pelo lado de dentro as meninas mais lindas de minha vida chorar e chorarem...
Porque quis mais que a mim, sem nada repartir, correr para longe e não chegar ao fim.
O mundo não é tão pequeno e grande a ponto de engolir tanto você quanto a mim,
E sinto que não vai ser assim, sou eu quem vai sucumbir na emulação dos farrapos...

No cálice de águas vermelhas esconde a face verdadeira da mentira contada.
Mostra tudo onde não se vê nada, é o abstrato que se sente tocada.
Ervas daninhas, plantas parasitadas sugam tudo e não se alimentam de nada.
E tudo acaba onde começou, mostro-me quando me olham, e sou uma mentira mal contada. 

PC Lima

  

Infância




Pela sombra de uma mangueira,
Um amarelo transpassa as folhas,
Nos galhos retorcidos do umbuzeiro,
Uma feira, pardais cantando e cantando...

Às seis da manhã uma voz grita:
- Era Vó. Levanta que a hora chegou
E todos os dias se repetiam como djavu.
Lembranças da linda infância que vivi!

Foi ali que vi a vida com realidade.
Que enfrentei meus maiores medos.
Que conheci alguns melhores amigos.
Sofri minhas primeiras paixões...

E foi ali que também fui feliz!
Que chorei e sorrir para crescer.
Levo comigo minha infância,
Tanto que até hoje sou meio criança.

PC Lima





Sinto um vento quente e confortante!
Um vapor que nos invade dos pés a cabeça.
Tão relaxante quanto cânhamo um afago na alma.
Leve, alegre, suave com um sorriso de criança!

Sinto a epiderme arrepiar, com se fosse um toque, das mãos desejadas.
Viajo sentado num canto de grama de olhos vidrados, no horizonte avermelhado.
Estático no vácuo, um baroscópio, aerívoro, com muita fome, há aeragem, como corre!

E ainda sinto a exaltação dos corpos sólidos,
Atmiatria da alma, empsicose, quase um entrelaçar lírico!
Chego a Lua, provoco um eclipse, a união dos contrários.
Desprendo-me do palpável corpo frágil, ávido, um trago intrínseco.

Há sentimento livre, como pode ser tão pleno?
Passear nos terrenos de saudades, aleatórios como o vento.
Librar como uma pena, e no mais infindo além renascer...
Como uma fênix e cortar os Céus com uma estrela cadente.
PC Lima

Devir





E de volta ao passado...
Bato asas lentamente,
Buscando cada canto,
Que ficou perdido no tempo.

Mas o que eu quero...
A viagem é muito longa.
Rever seu primeiro olhar,
Com um sorriso sapeca!

Coisa de menina levada,
Com um brilho ofuscante.
E um jeito de mulher, fascinante!
Com um ar faceiro, hipnotizante.

São aqueles tempos...
Que de tão bom não volta mais.
Saber que foi real, basta lembrar,
Lembra, lembrar, lembrança...
Pc Lima

Beijo




Vejo-a de várias cores,
Tamanhos, formas e sabores,
Uns com fel outras tão doces quanto o mel,
Carregando sentimentos diversos e adversos...

E num piscar de olhos tudo se revela.
E mostra a verdadeira chave da volúpia!
E como Alice voei ao país das maravilhas,
E pousei como um colibri para colher o néctar.

Ao bordejar vou mais longe o quanto puder,
Barlaventear, cortando-o com um áclide.
E ao aduzir toda essa vontade inexplicável!
Arrostei-me com imensa força para querer-te...

Com um súbito almejo o ósculo me beija.
Eu altaneiro, flamívolo chego além Céu!
Na mais vasta escuridão como noctívolo,
Sinto-me saciar como as estrelas que na há de acabar...
PC Lima

Amigo




De longe aquele velho sorriso,
De perto um ombro,
Não haverá solidão!
Não derramaras lágrimas.
E nem deixaras de olhar,
Em meio a multidão
Um único rosto
A face, mais que irmão.
E com um tom suave,
Aos ouvidos a leve palavra!
Como vai você meu amigo?!


A procura do acaso




Sinto minha boca secar.
Arrepios por todo lugar.
Espasmos no coração.
Uma lágrima...

Na mente lembranças!
Nas mãos andanças.
Nos pés asa aladas!
Na real ainda to no chão.

No vento um calor!
Na chuva o Sol!
Na noite luzes!
No fim nada se senti.

Um caminho se abre.
Fecham-se portas e janelas,
Nenhum ladrão pode entrar.
A defesa ta fraca pra atacar.

Sorrindo a soluçar...
A insegurança bem segura.
Todos os poros impedidos de suar.
Ouço surdas as palavras entoadas.

Preso pelo lado de fora...
Com tudo solto pelo lado de dentro...
Desde os gigantes microscópicos!
Aos pequenos como a Lua cheia.

Naquelas escritas apagadas,
Aquelas que só perdidas se acham...
Talvez nelas possam ser encontradas...
Como as cores do arrebol boreal...
PC Lima

segunda-feira, 18 de junho de 2012




A quem se ama

De longe vista com um semblante impenetrável.
Dourada como o contorno de fogo num eclipse.
Que nos leva ao leve vento com faísca inflamável,
Queimando-me como um papel frágil e relapso.

Com uma voz terna e forte um olhar cativante.
Às vezes solitário como um AS do baralho.
Um sorriso vasto mostrando uma alegria radiante.
Com belos cabelos esvoaçantes, castanhos e cacheados!

Esguia com um corpo escultural, traçado digno de aplausos!
Do tipo sensual espalhando beleza como se de Narcíseo nascesse.
Formando sempre um espelho d’água em folhas secas que se quebrassem,
Vendo outras indagar o reflexo de uma linda mulher em cada caco!

Quando triste chora e a cada lágrima escorre a fragrância doce, meio amargo.
Em uma tempestade derrete como um bilhete de papel, aquele que não se queima...
Escorrendo pela enxurrada levando embora toda essa dor que a perturba e a desnuda.
E no dia seguinte brilhar no nascente, e se por no fim do dia e assim sucessivamente...

PC Lima



Como tudo deve ser


Em dias frios não de inverno,
Um rosto lindo passa e tudo para.
Foi como o Sol nascente no céu escuro!
Fiquei parado esperando uma ponta desse raio...

Senti-me em meio ao vento, leve e livre...
Numa energia púrpura com sabor de maçã mordida.
Atração ardente numa face de uma inocência de mulher.
Com um sorriso belo, simples e um ar angelical inócua.

Queria esse anjo para eu voar em suas asas.
Assistindo o vento sobre seus cabelos dourados.
Poder ver refletido no céu azul a cor dos seus olhos puxados.
E ter comigo a certeza que tudo é real como o fato de amar.

E ao passar do tempo tudo muda sem se explicar...
E a confusão me pega numa guerra constante e escarnecedora...
O desejo com a sensação de paixão corroendo com ferrugem...
Mas ao final não passava de uma linda amizade que há de durar...

PC Lima

Cabeça de Vento

Aos meus sonhos uma cortina transparente...
Enxergar realidade onde tudo existe e vive.
Naturalmente tudo se mostra nostalgicamente,
E me toca com mãos frias de saudade e delicadeza!

Como receio o que vem de dentro, muito intenso.
Uma explosão de pulsos elétricos, temporais e corpulentos.
Uma descarga violenta de sentimento me guia pela rosa dos ventos,
E me traz a certeza de não estar perdido só em alguns momentos...

É a magia do imaginário que viaja pelos montes do nada,
E chega a lugar nenhum, é um traço reto de curvas ocultas.
Onde no meu rastro deixo desenhado, visível, quase apagado!
Restando-me fechar os olhos, deixando-se levar pelos canais Venezianos.

Passeando de gôndolas vejo a expressão de espanto do gondoleiro, quase medo!
E logo ele que há tanto tempo rema por aqui, é o inédito por minuto acontecendo!
Como num observatório me ponho atrás da retina com lentes grosas e nada vejo!
É tudo o que vejo na cabeça do homem, paredes coloridas, abstratas, o real acontecendo.

PC Lima

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Caminhar



                                                             

Tem dias que sentimos uma tristeza que não sabemos bem o que é, e te faz pensar que algumas mudanças terão que acontecer, olho para todos os cantos e vejo grandes horizontes nublados com uma ponta de Sol tímido e solitário.

É uma grande sensação de nada com coisa alguma, aquela que se prende e não quer mais soltar e mexe com os nervos sem nenhuma raiva direcionar, a não ser raiva de si próprio, por não entender que essa mudança é necessária e querendo ou não ela vai acontecer.

É quando entendemos que o fim de nossa busca é o inicio, só muda o olhar para todos os pingos das nuvens nubladas e para os raios tímidos daquele Sol que de longe avistara...
PC Lima

Passarinho




Depois de tanto tempo vejo a luz do Sol
Tantos dias pensando sem achar solução
Num labirinto tortuoso com flores e espinhos
É como procurar alguém no reflexo do meu espelho

Suspiro aliviado como se tirasse um piano dos braços
Leve como uma pluma, livre como um pássaro de galho em galho
Por saber que nada acaba, transpassa e pousa numa árvore mais alta
E que por mais vento que ali bata, se mostra forte e se agarra

Hoje via ontem, amanhã ainda nem chegou, ontem nunca passou
Meu relógio se acertou passado, presente e futuro são o que sou
Passarinho, parece haver sentido agora na conjugação do verbo, passar... Passarinhar

      PC Lima

Fronteiras


Fronteiras

Num simples olhar,
Percebemos vontades,
Que não se explica.
O que posso esperar?

Na amplitude das sensações,
Um querer mais forte domina.
Arranho tua parede com unhas,
Jogo tudo para o ar sem medo.

Mas amanhã tudo estará no lugar.
Vai tudo, como se nada tivesse acontecido.
E mais uma vez você também estará lá,
Sentindo o sabor de mais uma fase da lua...

Como um personagem inanimado um recorte,
Exponenciando um sentimento inexistente!
Sou uma fera que se protege com unhas e dentes,
Guardando as fronteiras do além da mente...

PC Lima

Expectativas



Era pra ser só um olhar...
Talvez um sorriso de canto...
Mas foi tão forte que me perdi...
Numa viajem tão boa que nem mais voltar quis...

Com seus olhos fixos retribuiu a energia.
Parece que eu não tinha mais controle...
Atração daquelas de matar, tão rara, tão forte...
Silenciosa como vento, leve como uma pluma.

Foi como se eu deixasse de existir.
De apenas um olhar virou tudo isso!
Foi como uma bola de cristal a brilhar.
Mas não me movi do lugar, mesmo se eu quisesse não adiantaria.

Será que um dia terei o sorriso todo?
Na próxima viajem terei companhia?
Poderei voar leve com a pluma neste silêncio gritante?
Ou simplesmente uma ilusão do meu querer?

PC Lima

Banho de Chuva




Na tarde mais cinza de um dia qualquer...
Onde nada mais parecia acontecer...
Uma leve neblina cai ao anoitecer e molha...
O tempo para quando o telefone toca era você!

Logo sinto o coração bater num pulsar enlouquecedor.
Andando pelas noites européias daqui, vejo o brilho em ti.
E caminhando um pouco mais fico contemplando a dança dos pingos.
Sentados de baixo de uma árvore com o vento trazendo chuviscos.

Com uma conversa louca e envolvente passamos mais esse momento.
De longe vejo a praça solitária, uma rua deserta e cheia de tudo que eu ansiava.
Os teus olhos verdes acastanhado como folhas de outonos há cair o ano todo.
A menina dos olhos do céu cai em prantos e molha a face da fada mostrando o encanto.

Passeando pela chuva forte como duas crianças sorrindo e cantando na infância,
Quando no ápice da alegria recebo uma olhar e a vejo pular numa possa d’água,
E gargalhadas saíram a ecoar em meus ouvidos lembrei-me de como era bom um banho de chuva.

PC Lima

A beleza de uma mulher



E, de repente a porta se abre,
Devagar e delicada, leve...
Com fragrância doce, sensual,
Esvaindo um charme hipnotizante!

Mostra-se a brilhar com um sorriso...
Com movimentos de volúpia,
Jogando seus cabelos negros,
Como se dentro de um grande aquário.

                                   Com fragmentos do Céu azul em sua face.
                               Tão penetrante quanto à maldição da Medusa.
                                 Puxa-nos ao abismo de uma sensação apaixonante!
                         Como se envolto na melodia das sereias, ligeias!

Com uma pele branca quase albardeira,
Corpo esguio com belas formas, peça única.
Desenhada sobre encomenda pelos deuses.
A confundir-se com o sol nascendo, o belo que brilha!

PC Lima

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012