Num lamento venho
arrastado,
Catando sobras e
restos no caminho.
E nada mais me
comove, nem me alimenta
Vejo-me raquítico,
suprimido, inválido...
Desordem nos pilares
da base tentando ruir.
Desata-se vários nós
um pânico súbito!
Medo que treme como
um terremoto.
E nem um ombro como
apoio, vendo-me sozinho...
Quem estar aí? Como
chegou até aqui? De onde vem?
Ilusões num espelho
d’água que com um simples sopro somem.
Tão firme como as
torres gêmeas na areia do deserto, e um sopro...
Sinto o vento
cortando-me como navalha, rasgando a carne...
Pingos caem como um
chuvisco, tímido e ralo, são aquelas lágrimas...
Daquela carne
cortada, que foram cauterizadas, que ao sanificar marcou,
Como ferros em brasa
na pele da alma, tornam-se uma ferida eterna.
E com ela carregam
tudo o que de bom há, sobrando apenas o lamentar.
PC Lima